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Como Investir com a SELIC Alta e Proteger seu Dinheiro da Inflação?

Descubra como investir com a Selic alta e proteger seu dinheiro da inflação. Veja quais aplicações rendem mais, como montar sua carteira.

(Imagem: divulgação/reprodução do Google Imagens)

Quando a taxa Selic está nas alturas, muitos investidores ficam na dúvida: será que vale mais investir em renda fixa ou ainda alocar parte dos recursos em ativos mais ousados? A verdade é que estamos em um momento desafiador, mas também com oportunidades, para quem quer proteger o poder de compra do seu patrimônio.

Neste artigo, você vai entender como navegar esse cenário e construir uma carteira que renda acima da inflação.

Por que a Selic alta muda o jogo?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Todas as demais taxas de crédito, empréstimos, financiamentos e aplicações, acabam sendo “rebocadas” por ela.

Quando o Banco Central eleva a Selic, ele está tentando conter a inflação, tornando o crédito mais caro para desencorajar o consumo e dar mais força ao “freio monetário”.

Para quem investe, o efeito direto é: investimentos de renda fixa se tornam mais atraentes, porque passam a oferecer retornos maiores com riscos relativamente baixos.

Mas isso não quer dizer que tudo será “fácil” ou garantido. O investidor precisa escolher bem em que tipo de produto aplicar, entender prazos, tributação e riscos. E, sim, pensar em diversificação, para “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

4 tipos de investimento interessantes em cenário de Selic alta

Existem diferentes tipos de investimentos que você pode considerar. Aqui vão opções que costumam se destacar quando os juros estão elevados. Confira!

1. Tesouro Direto, principalmente Tesouro Selic e IPCA+

O Tesouro Direto oferece títulos emitidos pelo governo federal. Em um cenário de Selic alta, duas modalidades se destacam:

  • Tesouro Selic: é um título pós-fixado, que segue diretamente a taxa Selic. Uma vantagem é que ele sofre menos com marcação a mercado, o que reduz o risco se você precisar vender antes do vencimento;
  • Tesouro IPCA+: aqui há correção pela inflação (IPCA) mais uma taxa prefixada. Isso permite que você “trave” uma rentabilidade real (acima da inflação) no longo prazo.

Esses dois tipos são pilares para quem quer segurança + rentabilidade real. Mas atenção: se optar por IPCA+ e resgatar antes do vencimento, a oscilação do mercado pode gerar prejuízo.

2. CDBs, LCIs e LCAs

São títulos de bancos privados ou médios, que pagam taxas atreladas ao CDI ou que combinam indexação + “spread”. Alguns são isentos de Imposto de Renda (como LCI/LCA), o que torna seu rendimento líquido mais atraente.

Em período de Selic alta, bancos precisam captar recursos e acabam ofertando taxas competitivas justamente nesses títulos mais “privados”. Mas é importante checar a solidez da instituição e se o valor está dentro dos limites de garantia do FGC.

3. Fundos de renda fixa e fundos híbridos

Se você prefere deixar a escolha para gestores profissionais, fundos de renda fixa (ou fundos híbridos que misturam renda fixa + ativos indexados) podem ser interessantes. Eles permitem diversificação interna num só produto.

Alguns fundos de crédito privado ou fundos que investem em títulos atrelados à inflação podem oferecer proteção adicional. A desvantagem: taxas de administração, performance e liquidez podem reduzir parte do ganho.

4. Parte em ativos “defensivos” de renda variável

Mesmo com juros altos, não é recomendável excluir completamente a renda variável, desde que com cautela e foco em empresas resilientes. Setores defensivos (bancos, elétricas, saneamento) costumam se comportar melhor nesses ciclos.

Também valem ações que têm capacidade de repassar inflação aos preços, aquelas menos dependentes de crédito e dívidas altas. Se bem escolhidas, podem equilibrar a carteira e ainda capturar possíveis altas.

Estratégias práticas para montar sua carteira

Para que seus investimentos realmente funcionem a seu favor, e não apenas fiquem parados rendendo pouco, é importante adotar uma estratégia consciente. A seguir, veja algumas práticas fundamentais para fazer seu dinheiro crescer com segurança e propósito.

1. Defina seu horizonte de tempo

Curto prazo (1 a 3 anos) exige produtos mais líquidos e seguros (como Tesouro Selic e CDBs com liquidez). Para médio e longo prazo, você pode “travar” retornos reais com IPCA+ e destinar parte para renda variável estratégica.

2. Calcule a rentabilidade real

Não adianta conquistar 12% ao ano se a inflação for 8%, seu ganho real cai para 4%. Sempre compare o rendimento líquido (já descontado IR e taxas) com a inflação.

3. Diversifique

Mesmo que a renda fixa seja protagonista, inclua parcelas em crédito privado, fundos de inflação e ações defensivas para balancear. Se possível, diversifique até fora do Brasil, para proteger contra riscos internos.

4. Atenção à marcação a mercado

Títulos prefixados ou indexados ao IPCA sofrem variação de preço conforme as expectativas de juros mudam. Se você precisa do dinheiro antes do vencimento, pode haver perdas temporárias. Por isso, alinhe prazos de resgate com seus objetivos.

5. Rebalanceie periodicamente

Com o tempo, certos investimentos crescem mais que outros e podem desequilibrar sua estratégia. Revisite a carteira de tempos em tempos (semestralmente, por exemplo) e ajuste conforme sua tolerância ao risco e metas.

Em um cenário de Selic elevada, temos um momento de ouro para investir com segurança e conquistar ganhos que vençam a inflação, desde que você faça escolhas conscientes.

O foco deve estar em garantir retorno real, não só nominal, além de sofrer o mínimo possível perante os efeitos da inflação e dos juros. Por fim, manter diversificação e alinhar prazos de acordo com seus objetivos.

Juliana Raquel
Escrito por

Juliana Raquel