Como a elevação dos juros está afetando famílias brasileiras — e o que fazer para conter?
Quer entender como a elevação dos juros está afetando famílias brasileiras? Descubra com esse guia e confira dicas para conter!

Se a fatura do cartão virou uma bola de neve, você não está sozinho. Em setembro de 2025, a taxa média do rotativo, aquele crédito ativado quando você paga menos que o total da fatura, chegou a 451,5% ao ano no Brasil, segundo a Agência Brasil.
É um custo explosivo que corrói o orçamento de quem atrasa o pagamento por poucos meses. Mas como isso tem afetado vários brasileiros? Entenda os detalhes sobre a elevação dos juros e como conter!
Qual o tamanho do problema no cotidiano?
O rotativo funciona como um “soco no orçamento”: a cada mês, juros muito altos se acumulam sobre o saldo que ficou para trás. Como resultado, a parcela da renda comprometida com dívidas sobe, e atrasos se tornam mais frequentes.
Em setembro de 2025, a CNC apontou que 79,2% das famílias tinham contas a vencer e 18,8% já comprometiam mais da metade da renda com dívidas, um retrato de estresse financeiro nas casas brasileiras.
O quadro fica pior quando o pagamento mínimo da fatura vira hábito. Mesmo após mudanças regulatórias, como o teto para os encargos do rotativo e do parcelamento de fatura (limite de 100% do valor da dívida), o custo segue elevadíssimo.
Por que os juros do cartão são tão altos?
O cartão de crédito sem garantia (não consignado) carrega risco maior para os emissores. Esse risco é repassado ao preço: taxas subiram e permaneceram acima de 400% ao ano ao longo de 2025, segundo o Banco Central.
Além disso, o parcelamento sem juros na compra é, em parte, “subsidiado” por encargos muito altos no atraso, o que ajuda a explicar por que o rotativo é tão caro para quem escorrega no pagamento.
Efeitos na vida real (além da fatura)
- Efeito dominó no orçamento: a conta do cartão “come” o dinheiro de necessidades básicas (moradia, transporte, alimentação), forçando cortes dolorosos e novos atrasos. Os dados de endividamento e inadimplência mostram justamente esse aperto crescente no país;
- Menos margem para imprevistos: sem reserva, qualquer emergência empurra ainda mais para o crédito caro;
- Estresse e piora da tomada de decisão: sob pressão, muita gente recorre a dívidas de curto prazo e custo alto para “apagar incêndio”, reforçando o ciclo.
O que fazer para conter essa elevação no dia a dia?
Com essa elevação, é importante tomar cuidado com algumas práticas, para evitar que você seja afetado. Então, para ajudar nesse processo, trouxemos algumas estratégias indispensáveis neste momento. Veja abaixo!
1) Fuja do rotativo imediatamente
Se não der para pagar a fatura cheia, negocie e parcele a fatura com o próprio emissor, o custo do parcelamento tende a ser bem menor que o rotativo.
Confirme a taxa do seu banco e simule cenários antes de fechar. A regra do teto (100% do principal) ajuda, mas o parcelamento estruturado costuma ser a rota mais barata em comparação a rolar o rotativo mês após mês.
2) Renegocie dívidas concentradas e use feirões
Plataformas como o Serasa Limpa Nome fazem mutirões e oferecem condições especiais.
É comum encontrar descontos relevantes em juros e multas, o que encurta o tempo de quitação. Vale checar ofertas ativas e comparar propostas.
3) Reordene prioridades com método
Escolha uma estratégia e mantenha a disciplina:
- Avalanche: priorize a dívida com maior taxa de juros (geralmente o rotativo/parcelamento de fatura) enquanto paga o mínimo nas demais. É a forma financeiramente mais eficiente no longo prazo;
- Bola de neve: priorize o menor saldo para ganhar tração emocional e liberar fluxo de caixa rapidamente. Combine a abordagem com um orçamento simples (ex.: 50-30-20: 50% essenciais, 30% estilo de vida, 20% metas e dívidas). O importante é nunca deixar a fatura “virar” para o rotativo.
4) Troque dívidas caras por baratas (quando fizer sentido)
Se você tiver acesso, portabilidade ou consolidação em linhas mais baratas (ex.: consignado do INSS/servidor, empréstimos com garantia) pode reduzir drasticamente o custo total.
Compare o CET (Custo Efetivo Total), não só a taxa nominal, e fuja de ofertas “milagrosas” que pedem adiantamento.
5) Cancele vazamentos e recupere fluxo
Faça um pente-fino: assinaturas pouco usadas, tarifas bancárias, serviços duplicados. Use alertas e débito automático apenas para contas essenciais; cartão de crédito, só quando houver fôlego para pagar 100% da fatura.
6) Crie uma “mini-reserva” anticrises
Mesmo com orçamento apertado, direcionar R$ 50 a R$ 100 por mês para uma reserva quebra o ciclo de recorrer ao rotativo em imprevistos.
Pense como “seguro”: não rende milagres, mas evita juros de 400%+ ao ano no próximo deslize.
O rotativo do cartão é o crédito mais caro do dia a dia, e pequenas derrapadas viram dívidas sufocantes.
Dados recentes mostram juros acima de 400% ao ano e endividamento elevado nas famílias, um cenário que exige ação rápida: sair do rotativo, renegociar, reordenar prioridades, trocar dívidas caras por baratas e construir uma mini-reserva.
Com informação e método, dá para conter o impacto e recuperar o controle.
